Dentre todas as figuras mitológicas, a que mais me causa afeição é o diabo.
Cramulhão, belzebu, demônio, maligno, diacho, 666, satanás, Lúcifer, capeta, príncipe das trevas são algumas das denominações históricas e populares para o mesmo personagem.
O anjo escolhido por "Deus" para ser seu braço direito. O anjo Lúcifer. O anjo que não concordou com a ditadura divina, acusado de ter transformado o livre arbítrio em uma grande chaga entre nós através da materialização do pecado.
Deus disse: façam desta forma, é a correta. Lúcifer perguntou por quê, e então se criou um status jamais visto no "reino dos céus", pois havia ali alguém que ousou questionar o "Todo Poderoso".
Todos acreditaram sem contestar, mas ele não. Lúcifer não conseguiu conter suas indagações...sua busca por respostas.
Tudo já estava muito mecanizado e com regras profundamente determinadas. Mas em sua cabeça fervilhavam questões acerca do sentido de tudo.
O termo Lúcifer não é um nome próprio em sua origem e significa “o que leva a luz”. O nome Satanás é uma transliteração do hebraico satan, indicando um acusador no sentido legal, um queixoso que tem uma acusação a apresentar.
Indagar Deus, contestar as religiões e os dogmas são coisas do Diabo.
Durante um período de minha vida eu busquei entendimento através da prática religiosa da Wicca. Nesta, o conceito de demônio é desprezado, pois não existe nem positividade nem negatividade na energia criativa. Somos nós quem usamos essa energia para o bem ou para o mal, tornando de nossa inteira responsabilidade as consequências de nossas ações, e não de um ser maligno.
Independentemente, trata-se de uma figura mitológica magnífica.
Deixando de lado o simbolismo distorcido, admiro o Diabo.