terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sincronicidade

Até onde minha memória alcança, consigo de fato chegar a um momento em que tentei traduzir com palavras escritas e racionalmente arquitetadas sobre o significado que o amor tinha para mim. Isto foi há algum tempo...não mais que dois anos.

Hoje estou com 27 anos. E o que a idade representa neste processo? Para mim nada, mas já representou. É inevitável o amadurecimento...amadurecimento de frágeis idéias. Não falo de certo ou errado, falo de fragilidade de concepções mesmo. De particulares concepções.

O "eu contemporâneo" está embebido de novas indagações. Está passando por mais uma entre as infindáveis reciclagens existenciais. Certos conhecimentos não se conquistam através de livros ou de conselhos. As pessoas anseiam. O mundo está ansioso por algo. Existe uma correria desenfreada. Valores distorcidos, causas infundadas, sentimentos difusos.

Comecei aqui dizendo que já ousei, com palavras, dissertar sobre o amor. E por ironia vos digo que em mim existe um amor profundo por escrever. Não existem compromissos externos nos meus escritos. Escrevo para mim. Escrevo para preencher minhas lacunas. Escrevo para entender meu universo com as inspirações que ele me dá.

Quando ouço falar de amor conjugal, amor familiar, amor de amigos, vejo complementação. Vejo preenchimento. Vejo aquela função exercida por meus escritos para mim. Desarmado de racionalidades, penso que precisamos desta conexão.

"Precisar" trata-se de um verbo que uso com muito cuidado, pois apresenta uma força e ao mesmo tempo uma delicadeza muito importantes. Mas quando se trata de amor, ele é imprescindível para sua manifestação. Sempre falo em meus posts sobre a grande importância de compreendermos nosso poder de conexão energética, poder de conexão telepática. Nós como organismos vivos, pulsantes e pareos precisamos nos conectar. Conhecer a outrem é como para mim o ato de escrever.

É conhecer a si mesmo.

E assim se cresce, assim se aprende, assim se perpetua.

Assim, acredito, se desenvolva o que chamamos de amor.

6 comentários:

Anônimo disse...

Quem dera as pessoas pudessem se amar, apenas amar...sem troca...sem necessidades...sem distância...sem "precisar"

Psiconauta João disse...

Um relação sem troca, para mim, não é relação. Um sentimento sem dois pontos é inerte. Pode existir sim. Mas teríamos que dar outra denominação. Pois para esta relação "sem relação" ainda não há nome próprio.

Para outras que vem embebidas de necessidades já temos uma denominação criada...como a amizade, como o ódio, como a raiva, como o amor.

Anônimo disse...

Pois bem...tu é capaz de me amar, sem me conhecer? não me refiro ao amor afetivo homem x mulher, um amor diferente do que tu conhece...se o nosso único meio de "contato para nos conhecer" fosse esse entre palavras no mundo...seria capaz de me amar?

Psiconauta João disse...

O que é preciso para conhecer alguém? Encontrá-la? vê-la? tocá-la? É engraçado...pois parte do amor que alimentamos em nossas vidas tem relação com pessoas que nunca vimos. Existe amor por diferentes estruturas. Existem coisas que são apaixonantes para mim...em gestos, em palavras, em atitudes, no timbre de uma voz, em uma habilidade específica. Difícil falar sobre isso, pois sentimentos são muito pessoais, assim como qualificações dos mesmos. Mas uma coisa digo com convicção...existe amor pela admiração, pelo respeito e pelo carinho...independente da distância e virtualismo da relação. Amor está ligado ao ACREDITAR...certeza é efêmera...nós acreditamos no outro...nós acreditamos em nós...nós acreditamos em algo. Isto independe de distância...e com a crença vem a aproximação e os sentimentos fluem. Não amo apenas o que meus olhos conseguem ver. Amo o que me tira da estagnação. Amo o que me move. Amo o que rouba minha atenção. E sim, sou capaz de amar alguém pelas suas palavras.

Anônimo disse...

Esse é o amor que me referia...exatamente como colocou!!!.
Amor com troca, sem troca, com necessidade, sem necessidade...tudo se trata de "amor"...as pessoas não podem mais dizer que se sentem sozinhas, na solidão...pois existem muitas formas de se encontrar com o amor...de amar...o amor só existe quando amamos...independente da forma, conceito, religião, independente de qual seja a "troca"...independente da nossa verdade...ou a quem projetamos o amor...
Com amor e carinho te digo, tu pode mudar a minha vida...sem nem ao menos saber quem é essa pessoa que tá do lado de cá...pois transmite amor nas tuas palavras...eu sinto e adquiro isso na forma de amor...acho que é esse o amor que passa quando escreve.......aqui manifestado nas minhas palavras.
Obrigada por compartilhar do teu amor

Psiconauta João disse...

Então torno este o meu agradecimento a ti também.