quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O texto indeferido


Tu vive uma vida de buscas. As possibilidades te instigam. Os sonhos te alimentam. O medo te ensina.


Tu conhece pessoas, se indaga sobre milhares de questões, tenta agradar as pessoas.


A tua vida tem um lado programado. Em alguns pontos tu aceita esse lado e em outros tu sobrepõe teu contra-senso.


Tu é energético em vários momentos, mas as vezes parece cansado, como que sucumbindo à pequenas questões que já parecem não valer mais a pena.


No meio disso tudo tu continua buscando. E pessoas vem, pessoas vão. Muitas coisas deixadas, muitas coisas ensinadas.


O mundo não para de girar. O fluxo é constante.


Tu entende, mas não compreende que tudo é moldado a partir da mesma matéria prima e o que diferencia as coisas é a interação e disposição da energia gerada por essa matéria, e que daí parte a magia do universo...da mais profunda abstração.


Tu é dono de um grande legado, de muito amor e muita dor.


E o tempo que te conduziram a aceitar está ali pedindo passagem.


Ele é um mistério, uma ilusão, um mecanismo produzido para a máquina moderna funcionar como o planejado.


É inegável que ele vem conseguindo o que quer, te consumir aos poucos.


Ele está chegando ao fim, e faz questão de deixar isso muito claro.


Algumas coisas ficam claras.


Tantas buscas, tantos artifícios e todo o resultado está projetado numa pessoa.


Existe um ponto exato, ponto final. Tu olha para trás e vê uma larga história, inúmeras pessoas, matérias de todos os tipos, dinheiro, tempo, emoções, e então tu se volta para esse ponto e só vê uma coisa: tu.


Nesse momento, agora mesmo, no último momento, tudo pelo qual tu já passou é o que tu tem. Tu constrói várias coisas, conecta com várias pessoas. Mas no fim é apenas tu mesmo. E tu descobre que era aquele no espelho o teu melhor amigo...aquele que nunca viria a te abandonar.

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